CADERNOS
do GREI
A partir da importância da dimensão epistemológica na construção do conhecimento, salienta-se a relevância da abordagem construtivista-ecossistémica. A fim de elucidar esta problemática, focam-se os contextos educacionais, no sentido de fazer emergir um novo modelo que possibilite o consolidar da educação como ciência.
A teoria dos sistemas e as investigações interdisciplinares surgem pois, de facto, estreitamente ligadas. O seu interesse pela síntese dos conhecimentos poderia, na nossa época de preocupações materialistas, passar por um luxo supérfluo. A sua importância para o tratamento e compreensão dos sistemas complexos (…) é já susceptível de merecer maior atenção.
Pierre Delattre, in Teoria dos Sistemas e Epistemologia
Uma abordagem dos contextos educacionais.
Desde sempre que a espiritualidade constituiu uma dimensão importante na experiência humana e disso deram conta, no início do século XX, pioneiros da psicologia como William James ou Stanley Hall quando refletiram e valorizaram esta temática nas suas perspetivas sobre o funcionamento humano. Contudo, com a emergência do positivismo e a concomitante tentativa de colagem às ciências menos imprecisas na procura da cientificidade, a psicologia sentiu necessidade de se centrar em aspetos mais concretos e mensuráveis do comportamento humano. Em consequência disso, durante décadas, o estudo da espiritualidade foi colocado quase no plano da inexistência, pelo caráter intimista e pessoal que a experiência de busca do Sagrado encerra.
Este cenário alterou se gradual e consistentemente nos últimos anos, assistindo se a um aumento acentuado de estudos nesta área, e à criação de instrumentos de medida de várias facetas da vivência da espiritualidade que, embora ainda num estado embrionário e com algumas limitações metodológicas, permitem aceder a novos conhecimentos sobre o complexo processo de relação com o Transcendente.
Esta relação, que evolui ao longo de ciclo de vida em sintonia com outras áreas do desenvolvimento humano, transforma a forma co
mo os sujeitos interpretam e dão sentido às suas vivências e pode funcionar como uma relevante estratégia de coping, dado que ajuda a enquadrar e ultrapassar a adversidade.