CADERNOS
do GREI
Com este texto procura-se dar uma diferente visão das equipas de trabalho em saúde a partir do modelo de sistemas de cuidados de saúde de Betty Neuman. Conjuga-se conceitos da sistémica familiar numa perspetiva da transdisciplinaridade, visando contribuir para uma melhor compreensão destas equipas nas suas dinâmicas e funcionamento, tendo em conta a sua organização e gestão.
Creio que há certos princípios comuns à emergente psicologia do homem ou, talvez devêssemos antes dizer, à nova ciência do homem ou antropologia geral, porque esta seria com toda a evidência um empreendimento interdisciplinar que incluiria a biologia, a psiquiatria, a sociologia, a linguística, a economia, a arte, etc.
Proponho como palavras-chave desta nova psicologia: simbolismo e sistema.
Ludwig Von Bertalanffy in Robots, men and minds –
Psychology in the modern world (1967)
Contributos para uma análise baseada num modelo sistémico.
Quer da nossa prática profissional, como da experiência de vida e mesmo do nosso percurso académico, temo-nos apercebido que as aprendizagens nas várias áreas a que nos temos dedicado, se entrecruzam contribuindo para formar um todo que acaba por ter repercussão naquilo que fazemos e como o fazemos.
Cremos que tal se deve ao modo como tais saberes e práticas, apesar de alguns até aparentemente não terem grande relação com outros, se acabam por encadear formando um novo conhecimento que é diferente dos outros todos, e que facilita uma compreensão mais abrangente da realidade circundante, ou melhor, uma perspetiva distinta dessa mesma realidade.
Essa perspetiva decorre precisamente da conjugação transdisciplinar de diferentes saberes e experiências ao nível técnico-científico, como também complexidade multifatorial e multidimensional da experiência de vida, que permite constituir um conhecimento que é único e que varia de pessoa para pessoa.